Foi aos 22 anos que comecei a frequentar uma reunião de jovens na igreja. Eu achava aquilo diferente e, acredite, moderno até demais. Em nada se parecia com o conceito de igreja que eu conhecia ou ouvira falar.
Era um galpão, um espaço bem iluminado. As cadeiras eram como as de casa, sem aqueles bancos tradicionais ou uma “misericórdia” para os meus joelhos. Não havia cruz, tampouco a figura de Jesus estava ali. Era, no mínimo, algo curioso e incomum.
As músicas também eram diferentes e tocavam profundamente o meu coração. Muitas vezes, me faziam chorar. Acompanhando-as, eu comecei a ouvir, repetidamente, uma palavra que era viva. Na verdade, parecia que me dava vida, alimentava e saciava. Hoje, sei que era o próprio pão da vida que eu comia: Jesus.
Eu era tão jovem e, mesmo com tantas opções para ocupar os meus sábados, aqueles encontros conquistavam o meu coração. Eu tinha tudo para buscar outras coisas, talvez mais modernas e animadas, mas era aquilo que me mantinha de pé e me fazia olhar para o futuro com esperança.
Havia uma música em especial cujos versos, algumas noites, eram repetidos muitas vezes. O ministro de louvor insistia em levar a música com diversas repetições. Se estivéssemos na época dos discos e vitrolas, eu poderia até brincar, dizendo que o disco estava riscado. Mas isso não parecia incomodar o ministro.
🎶 Vem neste lugar
Enche este lugar
Enche este lugar
Enche a minha vida, Senhor 🎶
Foram tantas noites cantando esses versos que eles se impregnaram em minha vida e em meu coração, tornando-se um refúgio nos momentos difíceis. Há momentos de angústia em que são esses versos que os meus lábios cantam, versos que, na época, chegaram a me cansar de tanto ouvir.
As repetições são como sementes plantadas no coração: quanto mais ouvimos ou declaramos algo, mais isso se torna parte de nós. Eu creio que louvores e passagens bíblicas repetidos em momentos de dificuldade tornam a Palavra de Deus viva dentro de nós, especialmente nas horas de necessidade. Isso acontece comigo com frequência. E se você ler a Bíblia, também verá quantas repetições há. O Espírito Santo tem lá os seus motivos para assim ter feito, tenho certeza que sim.
Gosto de lembrar de Deuteronômio 6:6-9, que me encoraja como mãe:
“Ouça, Israel: o Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame ao Senhor, o seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam no seu coração. Ensine-as com persistência aos seus filhos. Fale sobre elas quando estiver sentado em casa e quando andar pelo caminho; quando se deitar e quando se levantar.”
As mães costumam ser repetitivas, não é? Mas isso é algo maravilhoso que podemos fazer pelos nossos filhos: impregnar em suas mentes e corações aquilo que é vivo e verdadeiro.
Palavras escritas para hoje:
“Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti.” Salmos 119:11
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” Provérbios 22:6
Escreva para viver melhor:
Refletir nas palavras guardadas no coração molda nossas atitudes e nos ajuda a enfrentar os desafios com fé. O que está no seu coração hoje? Escolha uma frase, um versículo bíblico ou um trecho de um louvor que tem ecoado em seu interior e escreva:
- Por que essa frase/versículo é especial para você.
- Como ela tem impactado, ou como impactou, a sua vida e lhe trouxe esperança em algum momento.
- Como você pode aplicar essa mensagem no seu dia a dia.
Mas se você é mãe…
“As palavras que minha mãe repetia”:
- Escreva sobre uma frase, conselho ou ensinamento que sua mãe (ou uma figura materna) costumava repetir para você.
- Reflita: Qual impacto essas palavras tiveram na sua vida? Elas moldaram sua visão de mundo?
O legado das mães:
- Imagine que um dia seus filhos (ou alguém que você cuida) olhará para trás e se lembrará das palavras que você repetia.
- Escreva: O que você gostaria que eles levassem consigo? Que lições ou valores gostaria de deixar como legado?
